"Estamos reinventando o futuro, somos fragmentos do futuro em gestação, e o que mais nós necessitamos é de um público co-produtor, partícipe da cena, que leve para casa as idéias que o Teatro sempre soube tão bem insuflar nos espíritos educados para que estes possam contribuir para as transformações necessárias que nossa sociedade tem urgência de ver realizadas"

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

"Quando vos aproximeis das mulheres levai o chicote convosco." Nietzsche

 O Grupo de Pesquisa Teatral Cena Aberta, em suas atividades de pesquisa cênica, desenvolve para o ano de 2013 a performance “Onde está Lulu?”, com a atriz Ligia Cruz com colaboração dos demais integrantes do grupo.
 Fiel na proposta de investigação performática e através da utilização do recurso dramatúrgico da intertextualidade, o roteiro elaborado por Luiz Pazzini, com textos de Bernard Shaw e Frank Wedekind, serve de elemento compositivo de workshops que, para além da construção da personagem e elaboração técnica da encenação, traz a lume discussões sobre gênero, sexualidade e a tensão entre masculino e feminino.
Sob esta perspectiva pretende-se abordar a ideia de mito tal como é apresentado no subtítulo da peça Lulu de Frank Wedekind: “A monstruosa Alegoria de Pandora”. Este pretexto é o eixo rizomático para a concepção da encenação na medida em que permiti interseções de três acepções do mito: a primeira enquanto narrativa épica (heroica e/ou anti-heróica) intrínsecas as forças da natureza, ao it, ao self; a segunda enquanto história que transgride a fábula e circunscreve-se na dimensão simbólica ao estabelecer pontes entre a história datada e a contemporaneidade, revelando aspectos de sua atemporalidade e o inconsciente coletivo, e a terceira do mito enquanto constructo sócio-cultural que é o resultado de um espírito de uma época , facilmente vinculado ao fetichismo, ao consumismo, descartável e substituível.
Nesta empreitada, buscar-se-á trabalhar o mito da mulher perfeita, tal como Galatéia, da sedutora Eva, da aterradora Pandora, Lilith, da ânima feminina (esta como aspecto do masculino), de arquétipos que rondam e se fazem presentes no nosso imaginário.






TEXTO: Rodrigo França

FOTO: Rodrigo França


Um comentário:

  1. Parabéns Rodrigo França Silva, pelo texto e pelas fotos. Parece que Nietzsche não influenciou somente Freud, mas o nosso N. Rodrigues. Tudo bem! podemos tb acreditar em coincidências! Vda Longa ao Cena Aberta !

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