Fiel na proposta de investigação performática
e através da utilização do recurso dramatúrgico da intertextualidade, o roteiro
elaborado por Luiz Pazzini, com textos de Bernard Shaw e Frank Wedekind, serve
de elemento compositivo de workshops que, para além da construção da personagem
e elaboração técnica da encenação, traz a lume discussões sobre gênero,
sexualidade e a tensão entre masculino e feminino.
Sob esta perspectiva pretende-se
abordar a ideia de mito tal como é apresentado no subtítulo da peça Lulu de
Frank Wedekind: “A monstruosa Alegoria de Pandora”. Este pretexto é o eixo
rizomático para a concepção da encenação na medida em que permiti interseções
de três acepções do mito: a primeira enquanto narrativa épica (heroica e/ou
anti-heróica) intrínsecas as forças da natureza, ao it, ao self; a segunda enquanto
história que transgride a fábula e circunscreve-se na dimensão simbólica ao
estabelecer pontes entre a história datada e a contemporaneidade, revelando
aspectos de sua atemporalidade e o inconsciente coletivo, e a terceira do mito
enquanto constructo sócio-cultural que é o resultado de um espírito de uma
época , facilmente vinculado ao fetichismo, ao consumismo, descartável e
substituível.
Nesta empreitada, buscar-se-á
trabalhar o mito da mulher perfeita, tal como Galatéia, da sedutora Eva, da
aterradora Pandora, Lilith, da ânima feminina (esta como aspecto do masculino),
de arquétipos que rondam e se fazem presentes no nosso imaginário.
TEXTO: Rodrigo França
FOTO: Rodrigo França
Parabéns Rodrigo França Silva, pelo texto e pelas fotos. Parece que Nietzsche não influenciou somente Freud, mas o nosso N. Rodrigues. Tudo bem! podemos tb acreditar em coincidências! Vda Longa ao Cena Aberta !
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