O texto é do dramaturgo
maranhense Igor Nascimento, que em parceria com a pesquisa do Cena Aberta sobre
a temática afrodescendente, escreveu
Caras Pretas, e que o grupo intitulou até o momento de Negro Cosme em Movimento, pois pretende assim destacar o ilustre
maranhense, Bento Cosme das Chagas, Tutor e Imperador da Liberdade, em que esta
atividade faz parte do projeto de extensão da PROEX-UFMA - Memória e Encenação em Movimento: ABC da Cultura Maranhense.
Estimular os discentes do Curso de Licenciatura em Teatro da UFMA à pesquisa e
extensão, é o principal objetivo do projeto do grupo.
No Prólogo do texto, o
autor diz: “O que vai se passar nesta peça tem tiro, sangue e brutalidade. No
entanto, a voz que vai ser falada e a lágrima que vai ser chorada são as do
outro lado, aquele que ficou adormecido no tempo, e sobre o qual, a história
passou por cima, olhando apenas por detrás do ombro, como quem olha de
passagem. Portanto, como verossimilhança, pra mim, é conversa muito da torta e
a história pro teatro é pouco e a verdade pro palco é demais, vamos escolher
aqui o meio termo, pra não queimar os miolos: Apresentamos aqui uma história
verdadeira, só que fictícia, ou melhor, uma história ficcionalmente
verdadeira!”
Nesta citação, o autor
se apresenta, é um narrador onisciente e consciente dos objetivos que pretende
alcançar com sua escritura dramática, focando a Trilogia da Balaiada: eclosão
da revolta com a Invasão da Cadeia da Vila da Manga de Iguará, em dezembro de
1830, pelo vaqueiro piauiense Raimundo Gomes, semelhante a um rastilho de
pólvora, que levantou os excluídos do Maranhão, engrossando as fileiras do
levante popular. Sabendo do descontentamento geral do povo, o vaqueiro
revolucionário, percorrendo as trilhas do sertão maranhense, que tão bem
conhecia, provoca o medo das classes privilegiadas maranhenses e a imediata
reação do Imperador D. Pedro II, entrando na Maioridade, enviando então para a
Província, o estrategista Luís Alves de Lima e Silva - cognominado como
“pacificador de revoltas”.
Enfim, novembro
dedicado aos “mortos”, porque o Epílogo entre Negro Cosme e Duque de Caxias, é
um “diálogo entre mortos”, com as apresentações agendadas do Cena Aberta. Dia
12, no Teatro Alcione Nazareth, fazendo parte do projeto LUARTE; 14 na
Faculdade de Santa Fé - Anilt; 22 no LABORARTE, dedicado ao Dia Nacional da
Consciência Negra e 27 no IV Fórum de Extensão da UFMA. E como último fôlego
para o este produtivo ano, a leitura teatralizada de O homem como invenção de si mesmo, de Ferreira Gullar, no dia 05 de
dezembro, parceria com o PGCULT-UFMA.
Concluímos com nossa
Homenagem a todos que lutam pela igualdade de direitos e justiça social: “Os
que estão mortos nunca se foram/ Eles estão na sombra que se aclara/ E na
sombra que se espessa./Os mortos não estão sob a terra;/ Eles estão na árvore
que se agita,/ Eles estão no tronco que geme,/ Eles estão na água que corre,/
Eles estão na cabana, estão na multidão;/ Os mortos não estão mortos”.
Do senegalês Birago Diop
FOTOS: Paulo Socha
FICHA
TÉCNICA:
Negro
Cosme - Tiago Andrade/ Duque
de Caxias - Victor Silper/ Atores-Escravos
- Nosira e Luiz Pazzini/ Texto - Igor
Nascimento/ Iluminação - Wagner
Heineck/ Direção - Luiz Pazzini/ Produção - Cena Aberta. CONTATOS: (98) 9613-4187/ (98)
3221-0873 (Luiz Pazzini)/ (98) 8226-3501 (Victor Silper)/ E.mail: cenaberta1@hotmail.com .
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